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O tão aguardado acerto de paz firmado entre os premiês de Israel, Ariel Sharon, e o da Autoridade Nacional da Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, começa a sua fase mais críticas. Depois das promessas de concessões mútuas, acertadas em uma história reunião de cúpula com o presidente norte-americano George W. Bush, os dois lados terão que conter, a partir de agora, a fúria dos radicais contrários ao acordo.
Prevendo isso, horas depois do encontro entre os líderes, a segurança do Ariel Sharon já foi reforçada, devido a temores de que ele se torne vítima de um atentado semelhante ao que matou o premier Yitzhak Rabin em 1995. Rabin, de centro-esquerda, foi morto por um judeu ultranacionalista que se opunha a seus acordos interinos de paz com os palestinos.
E os protestos já começaram nesta quarta. Cerca de 40 mil colonos judeus ocuparam a praça Zion, em Jerusalém, contra a iniciativa de paz. Os manifestantes consideram os esforços do governo israelense em favor do "mapa da paz", como é conhecido o plano, uma "humilhante rendição ao terror palestino".
Esses colonos vivem nas áreas palestinas ocupadas por Israel em 1967 e prometem resistir à decisão de seu antigo aliado, Ariel Sharon, de remover os postos de observação montados junto aos assentamentos.
– A cúpula de Ácaba foi uma cerimônia humilhante na qual o governo israelense celebrou sua rendição ao terror palestino – disse uma nota emitida pelo Conselho Yesha, que representa cerca de 200 mil colonos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, ambos territórias.
Do outro lado, grupos radicais palestinos também foram rápidos em rejeitar as concessões prometidas por Abbas a Sharon e Bush. A organização radical islâmica Hamas, responsável por dezenas de atentados terroristas contra israelenses nos últimos anos, foi a primeira a manifestar sua oposição ao acordo.
– Nunca estaremos prontos a depor nossas armas, até que haja a libertação do último centímetro de terra palestina – disse o porta-voz do Hamas Abdel Aziz al-Rantissi.
A Jihad Islâmica seguiu o exemplo. O Hamas e a Jihad Islâmica vêem Israel, assim como a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, como terras palestinas. Eles já haviam indicado que poderiam suspender os atentados suicidas, mas se recusam a aceitar um Estado palestino sem a capital em Jerusalém.
A Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP) também se recusou a abrir mão da luta armada. Eles disseram que têm direito de seguir com a Intifada.
A proposta de paz prevê a criação de um Estado palestino até 2005, após a adoção de medidas mútuas de reaproximação, como o fim dos ataques palestinos e as restrições aos assentamentos judaicos.
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